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domingo, 16 de junho de 2024

ANISIA- UMA HISTÓRIA PARA NUNCA ESQUECER. PARTE DE MINHA REPORTAGEM NA REVISTA FATOS & FOTOS

TRECHO DE UMA MATÉRIA QUE ESCREVI NA R4EVISTA FATOS E FOTOS E, DEPOIS TRANSCRITA NA SESSÃO NOSTALGIA. A  ULTIMA VEZ QUE VI ANISIA, FAZEM ALGUNS ANOS, ELKA ESTAVA COM PROBLEMAS SÉRIOS DA DE VISÃO, ENXERGANDO MUITO POUCO  TINHA SE SEPARADO E A UNICA FILHA QUE TEVE MORAVA EM GOIANIA. FINANCEIRAMENTE, ERA UMA MULHER BEM SITUADA , TINHA VIRADO EMPRESÁRIA BEM SUCEDIDA E MORAVA NUN BELO APARTAMENTO, SOZINHA E NA COMPANHIA DE EMPREGADA E ASSISTENTE

 
DEvolta a Brasília, Anísia empenhou-se na função de Relações Públicas do Departamento de Turismo e conheceu Valdomiro de Souza, um milionário de origem pobre, com quem casou e foi morar em Goiânia. Em dezembro de 1975, vivendo entre Brasília e a capital de Goiás, dona de mansões e fazendas com aeroportos particulares, Anísia deu o seguinte depoimento a Marlene Anna Galeazzi, publicado na revista FATOS & FOTOS, de 29/12/1975:

Quando lembro as coisas que passei para sobreviver, penso que é um sonho. Acho que hoje não teria condições de enfrentar, sempre sorrindo, as dificuldades dos anos passados. Graças a Deus, aos brasilienses e ao meu marido, que é também um pai para mim, pude ajudar a minha família. 


Eu lavava a loja, depois do expediente, em troca do direito de tomar um banho. No barraco, usávamos uma bacia velha para a higiene. Além, do mais, eu só voltava para casa depois da aula. Chegava todos os dias por volta da meia-noite e às cinco já estava pronta para enfrentar a longa viagem, de ônibus até o Plano Piloto.
Para poder definir realmente o que aconteceu, eu consegui na época, com muito esforço, decorar o que saiu publicado na MANCHETE de 15 de julho daquele ano: “As vitórias não precisam de explicação...”

Realmente, na época eu não tinha condições. Que pode fazer no exterior uma moça que só tem o terceiro ano primário, e que na vida só sabe a luta do dia-a-dia por uma sobrevivência decente, mas paupérrima?


Logo que casei, fui morar em Goiânia. Lá freqüentei o grupo escolar. Pela diferença de idade, as pessoas pensavam que eu era a professora. Curti muito aquela época. Aprender o que estava nos livros era um mundo novo que se abria. Depois fiz o Madureza, consegui terminar o ginásio, o científico, e fazer um curso de Educação Física. Só depois veio minha filha Karyna, que agora está com 10 meses.


Engraçado, às vezes sinto saudades daquela época, sabe o que é? A lembrança da educação que minha mãe, com toda sua humildade, nos deu. O carinho que ela dedicava aos filhos, dentro de um mísero barraco, me ajudou muito, principalmente agora. Graças a isso, não virei uma dondoca sem objetivos. Como agradecimento pelo que a vida me deu, procuro ajudar aos outros, através do Asilo São Catalengo, no interior de Goiás, onde pessoas de todas as raças e idades vão procurar um pouco de paz.

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      Termino aqui esta SESSÃO NOSTALGIA como se tivesse escrito um conto de fadas. Sem dúvida alguma, a história de Anísia Gasparina da Fonseca, Miss Brasília, quarta colocada no concurso Miss Brasil 1967, parece um conto de fadas, um fantástico conto de fadas dos mágicos anos sessenta.

 

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