CADEIA À VISTA?
As 2 provas da PF que condenariam Bolsonaro como líder de organização criminosa
Há duas situações para os investigadores que não deixam dúvidas sobre a conduta do ex-presidente. Entenda a apuração e veja como elas foram colocadas no inquérito
Para os agentes e delegados federais que atuaram no caso, o antigo ocupante do Palácio do Planalto deverá ser acusado de liderar uma organização criminosa por sua suposta atuação central e de controle do bando. Isso começa a ficar claro quando um primeiro aspecto vem à tona: o uso do avião presidencial para transportar as joias e itens valiosos para fora do território nacional.
A aeronave que serve ao chefe de Estado pertence à Força Aérea Brasileira (FAB), portanto, é de caráter militar, embora equipado e configurado de maneira mais luxuosa e confortável. Tal avião não pode ser revistado ou averiguado por autoridades fiscais ou aduaneiras e as bagagens da comitiva presidencial são itens considerados “diplomáticos”, ou seja, protegidos por convenções internacionais. É absolutamente vetado e impensável que policiais ou quaisquer outros servidores, no Brasil ou no exterior, toquem nessas malas para vistoriá-las. Bolsonaro teria usado desta prerrogativa para mandar esses objetos valiosos e caríssimos para fora do país sem que ninguém percebesse ou pudesse evitar.
Outro ponto que, na avaliação dos policiais, levará a Justiça a condenar o ex-presidente como chefe da quadrilha que espoliava o patrimônio público são os supostos pagamentos em dinheiro entregues em mãos ao próprio Jair Bolsonaro. O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do então chefe do Executivo federal, revelou em seu acordo de delação premiada que Bolsonaro recebeu um pacote de dólares de seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, na segunda quinzena de setembro de 2022, em Nova York, quando o à época presidente estava em viagem oficial para representar o Brasil na cerimônia de abertura da Assembleia Geral da ONU. Os valores seriam relativos à venda de um relógio da grife Rolex retirado do Palácio do Planalto e negociado pelo oficial-general nos EUA. Ele ainda teria dado a Bolsonaro um outro maço de dinheiro, na Flórida, nos primeiros dias de 2023, quando o já ex-presidente “fugiu” para não entregar a faixa presidencial a Lula (PT).
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