A história de
Thor, o gato que fez família refém depois de atacar tutora
Família de São Vicente, no litoral paulista, passou
a viver “escondida” do animal dentro da própria casa
A história parece mais enredo
de filme de Hollywood. Porém, é bem real
e deixou chocados moradores de São Vicente, litoral
paulista, com ingredientes como ataques surpresa, braço
extremamente machucado e uma família “escondida” nos
quartos da própria casa.
O responsável por tudo isso é o gato de estimação Thor, que passou a
adotar um comportamento muito agressivo.
Luciana
Nascimento, de 49 anos, mora com as duas filhas, de 22 e 16 anos, no município
do litoral. A família tem dois gatos de estimação: Thor, de sete anos, e Nina,
de quatro.
O animal já
apresentava comportamento agressivo com moradores e visitantes desde o primeiro
ano, tendo sido adotado com somente dez dias. A
tutora do animal revelou estar em pânico e, ao mesmo tempo, preocupada com o
futuro do gato, pois ela já tentou acalmá-lo de inúmeras maneiras diferentes,
desde consultas
com especialistas até sessões de Reiki, uma modalidade
terapêutica.
Thor foi adotado pela família em 2017 e a primeira vez que o
gato atacou foi durante a Copa do Mundo de 2018. A
família acreditava que o barulho e a quantidade de pessoas dentro da casa, por
causa dos jogos, tenham assustado o animal, que não havia apresentado nenhum
comportamento agressivo antes disso.
Porém, mais três ataques foram registrados contra
faxineiras e a própria Luciana no momento em que usavam cloro para limpar a
casa. A tutora parou de utilizar o produto, mas os ataques seguintes passaram a
ser repentinos e sem motivação.
Ninguém da família consegue
precisar quantos ataques Thor já praticou.
Entretanto, o último, contra Luciana, foi o pior. A tutora e as
filhas tentaram várias opções de tratamento para acalmar Thor, inclusive
adotaram uma fêmea, por recomendação de um dos especialistas. Mas ele
passou a machucar Nina e foi necessário separar os dois.
Depois do ataque mais recente, Thor passou a ficar no maior
quarto da casa, que tem banheiro e sacada, sem acesso aos demais cômodos.
Porém, a família ficou com pena e resolveu soltá-lo. Resultado: ele tentou um
novo ataque. Mãe e filhas conseguiram fugir e se esconder.
O gato, agora, fica na área de serviço da casa. Ele foi sozinho
para o cômodo depois de avançar nas tutoras. No local, elas colocaram caixas de
areia e têm dado comida e água por meio uma janela, enquanto pensam como
resolver o problema.
O maior receio da família é que alguém o maltrate. “Apesar de
todos os ataques, nunca encostamos um dedo nele que não seja para carinho.
Nunca nem o ameaçamos com qualquer tipo de objeto. Não seríamos capazes de
agredi-lo, mesmo com tudo isso”, relatou Luciana, em entrevista ao G1.
A tutora relatou ter esperança de encontrar um tratamento
que auxilie na mudança de comportamento do gato, algo não seja
a eutanásia [tirar a vida dele].“Todos falam que só ajudariam se ele estivesse
na rua, o que é um absurdo porque, assim como a gente, ele também está
sofrendo”, destacou Luciana, se referindo a instituições e órgãos voltadas aos
cuidados a animais. “Queremos ajudá-lo e não temos apoio
de ninguém. Até os veterinários não entendem a situação”,
acrescentou ela.
O
momento do pior ataque
Luciana recordou o momento do pior ataque. “A
casa ficou ensanguentada e eu, praticamente, desmaiando por
conta da dor”, relembrou, dizendo que mantém as filhas em cômodos
separados do gato. “Preservação da minha vida e da minha família”.
Apesar do problema, ela vai continuar tentando alternativas. “Amo
o Thor. Nosso convívio é de sete anos. Estou totalmente abalada física e
emocionalmente”, disse.
“Mesmo sendo ‘perigoso’, por ele ter me atacado e machucado algumas vezes, fico de mãos atadas. Não quero me desfazer dele e nem tenho como fazer isso porque ninguém ficaria, uma vez que soubesse da agressividade”, acrescentou Luciana. Por Lucas Vasques/Forum
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