Claudia Sheinbaum, 62, tomou posse nesta terça-feira (1º) como presidente do México, se tornando a primeira mulher a ocupar o cargo. Cientista de prestígio e ex-prefeita da Cidade do México, ela substitui Andrés Manuel López Obrador com o desafio de mostrar uma liderança própria diante do legado de seu popular antecessor.
Perfil
Veio de uma família judia, laica e de esquerda. Nasceu em 24 de junho de 1962, na Cidade do México. Seus avós chegaram ao México vindos da Bulgária e da Lituânia, fugindo da Segunda Guerra Mundial. Sua mãe, Annie Pardo, foi expulsa e perdeu o cargo de professora universitária por denunciar o massacre de estudantes na década de 1960. "Sou filha de 1968" epete Sheinbaum com frequência.
Como aluna, participou do Conselho Estudantil Universitário. O grupo impediu uma tentativa de privatizar a Universidade Nacional Autônoma do México (Unam) e foi uma fonte dos atuais líderes da esquerda mexicana. Lá, Sheinbaum se formou em física e se tornou mestre em engenharia de energia e doutora em engenharia ambiental,
Na política, foi secretária em 2000 e eleita prefeita em 2018. Ex-secretária de Meio Ambiente, Sheinbaum comandou a capital mexicana durante a pandemia de covid-19, e a crença na ciência e na tecnologia marcou sua gestão, apesar da alta taxa de mortalidade. "Ela usava máscara, mesmo na presença de López Obrador", como destaca o livro "Presidenta", do analista mexicano Jorge Zepeda Patterson.
Casou-se duas vezes; na última, com um namorado da faculdade. Sheinbaum e Jesús Maria Tarriba se reencontraram pelo Facebook em 2016, quando ela já estava divorciada do marido Carlos Imaz Gispert, e se casaram em novembro de 2023. A nova presidente do México tem dois filhos, ambos do primeiro casamento: Rodrigo Ímaz Gispert, seu enteado; e Mariana Imaz Sheinbaum
Ela é mais pragmática e menos ideológica' que o antecessor. A análise feita à AFP por Pamela Starr, professora da Universidade do Sul da Califórnia, corrobora com a descrição de Jorge Zepeda Patterson em seu livro "Presidenta". "O motor de ambos [AMLO e Sheinbaum] é a luta por uma sociedade mais justa, mas com nuances importantes", diz o analista mexicano.
Agenda de Sheinbaum é de 'uma esquerda mais moderna'. O analista mexicano cita como exemplos as pautas relacionadas ao feminismo e ao meio ambiente. "López Obrador vem de Tabasco, zona rural, enquanto Sheinbaum vem de um ambiente intelectual universitário, de classe média, cosmopolita, moderno e essencialmente urbano", acrescenta…UOL
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