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sábado, 1 de junho de 2013

SOLITÁRIOS DA MADRUGADA

Para os solitários desta madrugada de sábado. Noite escura, nuvens esparsas pelo céu, sequer um raio de luar para alimentar os sonhos que aos poucos vão diluindo. É bom lembrar que, logo logo, vem o amanhecer. Novos sonhos, novas esperanças. É o círculo da vida. Tudo anda e tudo pára no mesmo lugar.

SOLIDÃO

A solidão é como uma chuva.
Ergue-se do mar ao encontro das noites;
de planícies distantes e remotas
sobe ao céu, que sempre a guarda.
E do céu tomba sobre a cidade.

Cai como chuva nas horas ambíguas,
quando todas as vielas se voltam para a manhã
e quando os corpos, que nada encontraram.
desiludidos e tristes se separam;

E quando aqueles que se odeiam
têm de dormir juntos na mesma cama:
então, a solidão vai com os rios...

Rainer Maria Rilke, no "Livro das Imagens"

Tradução de Maria João Costa Pereira

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