Manfred
Albert von Richthofen e Marísia von Richthofen foram mortos pelos irmãos Daniel
e Cristian Cravinhos, a mando de Suzane, filha do casal
Em 2002, um crime chocou o país. Manfred Albert von
Richthofen e a esposa Marísia von Richthofen foram brutalmente assassinados pelos irmãos
Daniel e Cristian Cravinhos, a mando da filha do casal, Suzane von Richthofen.
Os três elaboraram um plano para confundir a polícia, simulando um
episódio de latrocínio. Com isso, mataram o casal, com o objetivo de dividirem
a herança de Suzane.
Ela foi condenada a 39 anos e seis meses de prisão
em regime fechado, a mesma pena aplicada a Daniel. Cristian pegou 38 anos e
seis meses de reclusão.
Agora, 22 anos depois, Daniel Cravinhos
revelou os reais
motivos que o levaram a participar da trama macabra, além de
contar a razão para tentar se
aproximar de Andreas von Richthofen, irmão de Suzane.
Em determinado momento da entrevista concedida ao jornalista Ullisses
Campbell, para O Globo, Daniel foi indagado a respeito da razão
de cometer os assassinatos. Ele alegou não poder “apontar um único motivo”.
“Eu era tão idiota e imaturo na época que não tinha uma razão
específica. Posso dizer que falhei não só com as vítimas, mas também com
Andreas, com minha família e comigo mesmo. Se eu fosse homem e não um
moleque, teria resolvido meus conflitos de outra forma”, afirmou.
No que se refere à tese muito difundida à época dos crimes de que Suzane
e ele teriam planejado os assassinatos dos pais dela por serem contra o namoro
de ambos, Daniel afirmou: “Isso é a maior bobagem que poderíamos apontar
como motivação”.
Ele ainda acrescentou: “As razões são um conjunto de fatores que
incluem paixão, possessão, irresponsabilidade, impulsividade, descontrole,
inconsequência, raiva, imaturidade e cegueira. Suzane mentiu, dizendo que o pai
dela deu apenas um tapa em seu rosto. A verdade é que ela sofreu uma série de
agressões em casa. Não estou justificando o crime, apenas relatando um fato que
testemunhei para responder melhor à sua pergunta”, alegou.
Em outro trecho da entrevista, ele declarou: “Depois de tanto tempo, não
é mais possível sustentar essa ideia [de que fui manipulado]. Não vou
minimizar o que fiz. Muito menos serei um canalha e jogarei a culpa toda para
cima dela [Suzane]”, disse.
“Não sou oportunista para, nesse estágio da vida, tirar o meu corpo fora
para diminuir as minhas responsabilidades. Meu maior dilema é justamente
esse: como fiz algo tão terrível sem ter sido forçado por ninguém?”,
destacou.
Carta a Andreas
Questionado sobre a razão de ter escrito uma carta a Andreas von
Richthofen, ele respondeu:
“A maior prisão que existe é a psicológica. Estava detido em Tremembé, mas minha mente continuava livre aqui fora. Andreas está em liberdade, mas sua mente está aprisionada. Hoje, tenho maturidade e discernimento para seguir em frente. Gostaria que ele também pudesse continuar sua jornada, mesmo diante de todas as adversidades. Sinto-me profundamente mal em viver minha vida enquanto ele está
estagnado por minha causa. Sinto-me moralmente obrigado a estender-lhe a mão. Já ensaiamos esse contato por meio de um amigo em comum do aeromodelismo. Estou dando este passo mais ousado para que ele saiba do meu desejo. Agora, aguardo uma resposta, afirmou Daniel. Revista Forum
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