Este país da Europa paga para quem se aventurar a viver em suas ilhas remotas
O plano, com duração de 10 anos, quer reverter as taxas de declínio populacional em até 23 ilhas costeiras do país; entenda
Em junho de 2023, o governo da Irlanda lançou um plano de dez anos com o objetivo de reverter as taxas de declínio populacional acelerado em suas 23 ilhas costeiras no Atlântico, que estão desconectadas do restante do país insular pelas marés e não têm acesso por pontes ou estradas.
O plano, nomeado "Our Living Islands" (nossas ilhas vivas, em tradução livre), busca atrair novos habitantes para ilhas como Aran Islands, Inishbofin, Bere, Dursey e Tory Island (a mais remota entre elas), atualmente com menos de três mil moradores permanentes. De acordo com o governo do país, os moradores mais jovens tendem a deixar as comunidades isoladas ao buscar oportunidades de educação e emprego, o que resulta em uma população mais envelhecida e em risco de gradual esvaziamento.
A iniciativa também deve atuar em diferentes eixos da vida comunitária, como o fortalecimento das economias locais (com programas de suporte à agricultura sustentável e ao turismo, ao artesanato e à construção de uma infraestrutura digital que permita o trabalho remoto), além dos incentivos financeiros para a compra e a renovação de casas abandonadas nas ilhas.
O programa não é restrito para nacionais, o que significa que estrangeiros também podem se candidatar ao subsídio. No entanto, é necessário ter um visto de residência fixa no país, que pode ser obtido por meio de oportunidades de emprego formal, investimentos ou ter permanecido como residente legal por pelo menos cinco anos.
O que o governo oferece?
Como parte do programa Croí Cónaithe, o governo da Irlanda oferece até €60.000 a proprietários de casas abandonadas ou degradadas que desejem restaurá-las. Como os imóveis podem ser adquiridos por valores bastante baixos, o subsídio se destina principalmente a cobrir os custos de manutenção e reforma para permitir a moradia.
Para propriedades muito degradadas, o valor pode chegar a até €84.000.
As propriedades elegíveis são aquelas construídas antes de 1998 e que estejam desocupadas há pelo menos dois anos.
Não é necessário, obrigatoriamente, residir no imóvel: quem for restaurar também pode optar por alugá-lo, desde que seja para moradores de longo prazo, informa o governo.
É preciso, além disso, que a pessoa a receber o benefício esteja com os impostos em dia e não seja uma empresa ou incorporadora imobiliária (como forma de evitar a especulação).
O subsídio cobre reformas estruturais ou estéticas, como troca de telhados, melhorias no isolamento, reparos estruturais e outras obras essenciais.
No entanto, caso o imóvel seja vendido antes de um determinado período (entre cinco a dez anos após a aplicação do subsídio), o valor pode ser reivindicado de volta pelo governo.
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